Escrever

Por que escrever quando existe um sentimento por trás é algo tão complexo? Pesar o que cada palavras pode significar, quando e como elas vão chegar… É a corrosão completa da razão no sentimento. Não sobra um pingo de coragem para assinalar um “Oi, tudo bem?”.

Parece fraco, parece besta, parece bobo. No fundo, é. E não é disso que as conversas mais importantes se tratam? Ser bobo, sem medo e sem escudo para mandar um alô só porque você sentiu vontade? A morte da vontade por falta de coragem é algo que desde os tempos mais antigos não sabemos lidar.

Fincar o pé em um posicionamento parece tão difícil. São tantas coisinhas que parece não haver esperança para palavras tão “pequenas”, jogadas ao vento, só porque criamos a responsabilidade de que elas precisam significar algo quando na verdade só significam: “Oi, tudo bem? Quero saber como vai você”[vem até a música do Roberto Carlos na cabeça].

No fundo, nós não aprendemos a entender como o outro funciona (ou na verdade não precisamos) e aí é que as coisas ficam cinzas. Sair desse espaço no qual tudo parece indefinido é um trabalho hercúleo, mas no fim o simples parece sempre o melhor caminho para entender e se fazer entender.

Escrever, falar… Por mais que busquemos o controle, só podemos controlar o que está em nós. E assim o que falamos — como a arte — depois de não estar mais em nós, pertence somente ao outro. E o entendimento é dele. Está fora do alcance e nos resta lidar com as expectativas servis que os sentimentos mais atrozes nos trazem todos os dias.

Lidar… Trabalhar… Repercutir… Deixar… :)

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